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A comunidade brasileira de dutos agradece à FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, os apoios financeiros que viabilizaram as instalações do CTDUT – Centro de Tecnologia em Dutos.
Com estes projetos foi possível estruturar, no país uma importante infraestrutura de desenvolvimento tecnológico e inovação em dutos de transporte de óleo, gás, etanol e outros derivados, que em muito vem contribuindo para a realização de atividades de P,D&I no Brasil. De forma indireta, o CTDUT colabora com o aumento da segurança das operações de dutos, na redução dos riscos à vida humana e ao meio ambiente.
Implantado a partir de uma encomenda FINEP para criação do CTDUT em 1999, quando nesta primeira fase foram construídos os prédios administrativo, da subestação e do laboratório de integridade estrutural, foi complementado, em uma segunda fase, como resposta ao Edital FINEP MCT-CTPETRO temas estratégicos 01/2006, que viabilizou a construção dos loops de teste através de nove projetos interligados, na forma de um grande projeto estruturante com diversas Universidades participantes e significativa contrapartida financeira e técnica da Petrobras.

HISTÓRICO DO APOIO FINEP PARA O CTDUT

1. O Fundo Setorial do Petróleo – CTPETRO, criado em 1998, tem na sua concepção o fomento de instrumentos de financiamento de projetos para a inovação e desenvolvimento tecnológico do País nos setores abrangidos pela indústria do petróleo, por modelos sistêmicos que integram universidades, centros de pesquisa e o setor privado. Dentro desta linha a FINEP/CT-PETRO tem como prática lançar demandas de projetos com foco em um programa integrado por meio de encomendas, carta-convites ou chamadas públicas.

2. O conceito do projeto “CTDUT” nascido no bojo das linhas estratégicas da FINEP e inicia-se com seu financiamento. Desde seu primeiro momento previa-se a construção de uma infraestrutura grande e complexa para P&D, especialmente marcada por dutos de petróleo e gás em escala real, única no mundo.

3. O melhor entendimento da época (1999/2005) era que o objetivo do projeto seria atendido criando um centro tecnológico de dutos tendo este uma sede, uma subestação, um laboratório de integridade estrutural, um duto de petróleo de 12 polegadas e um duto de gás com 16 polegadas, ambos com 2,5 km de comprimento, operando a pressões abaixo de 100 bar, compatíveis com dutos terrestres enterrados e destinados à ligação única ponto a ponto.

4. O CTDUT foi inaugurado em Maio de 2006 a partir de uma encomenda FINEP de 1999. Nesta primeira fase foram construídos os prédios administrativo, da subestação e do laboratório de integridade estrutural.

5. O projeto era (como ainda é) estratégico nacional, dele participaram desde sua formulação a academia, empresas privadas, empresas de economia mista e órgãos públicos, a FINEP entre eles. Sua instalação foi a partir de um Convênio que tinha por executora/convenente uma universidade (a PUC) em parceria com uma operadora de dutos (a Transpetro) e no terreno de uma empresa de economia mista (a PETROBRAS). E, nada mais natural, tratava-se de um Convênio FINEP, a instituição gestora dos fundos setoriais. Todavia, os recursos transferidos inicialmente eram suficientes apenas para os passos preliminares do projeto com a construção do prédio principal, um conjunto de tubos para testes de tração simples e um bunker para explosão de tubos. Mesmo recursos posteriores, adicionais, provenientes de aplicação da Cláusula de Investimento em P&D derivados dos contratos de exploração de campos de óleo permitiram apenas a construção de um pequeno loop de água com 100 metros, mas ainda se estava distante da consolidação do projeto.

6. Em 2006 abriu-se nova oportunidade. Dentro do modelo dos fundos setoriais (sistêmico de inovação e de suporte governamental para indução do progresso tecnológico para indústrias de base tecnológica, num ambiente de redes de relações diretas e indiretas destas com a academia) foi lançado pela FINEP o edital “MCT-CTPETRO temas estratégicos 01/2006” que tinha como objetivo selecionar propostas para o desenvolvimento sustentado de temas estratégicos como “Óleos Pesados”, “Dutos” e “Gás Natural”. Naquela ocasião, para atender aos temas estratégicos, foram encomendados através de chamada pública projetos estruturantes de infraestrutura completa e parcial, como os circuitos piloto de teste de óleo e gás via propostas de financiamento de projetos, com contrapartida empresarial.

7. A Estratégia e o Cenário que motivou a FINEP no fim de 2005 a colocar o edital em 2006 foi explicitado conforme a seguir:

• “O atual cenário nacional e suas perspectivas em futuro próximo abrem oportunidades para que o desenvolvimento de tecnologias possa contribuir para a melhoria de desempenho, redução de custos de investimentos e operacionais de dutos e para aumento da Competitividade de nossos fabricantes de materiais e equipamentos e empresas prestadoras de serviços na área de engenharia, construção e instalações de dutos. Nesse sentido o CTPETRO aprovou a elaboração e execução de um Programa, que venha responder aos principais desafios no tema, através da execução de um conjunto consistente e articulado de projetos de desenvolvimento tecnológico. ”

• “Na ponta da oferta, as descobertas de reservas consideráveis, pela Petrobras, na Bacia de Santos além de outras descobertas na Bahia e Santa Catarina, oferecem boas perspectivas para o mercado. Na ponta da demanda, o crescimento do consumo via termoelétricas e pela substituição de energia elétrica em segmentos industriais tais como química, petroquímica, papel e papelão, bem como o notável crescimento do conjunto do gás natural veicular (só em São Paulo já atinge 1 M m3/d) indicam o gás natural como um energético com grande potencial de crescimento no Brasil. Entretanto o Brasil dispõe de uma rede de dutos ainda modesta mesmo quando comparado com países emergentes como a Argentina. Nessa linha, a Petrobras já vem implementando investimentos da ordem de US$ 1,0 B no período 2003-2007 para ampliação de sua rede de gasodutos, abrangendo as regiões sudeste, nordeste e norte do País. ”

8. Os projetos do edital foram interligados em arranjos cooperativos com universidades e empresas para promover o seu financiamento e sua execução. O mecanismo criado pelo Comitê Gestor do CT-PETRO deu continuidade a projetos estruturantes como o CTDUT e possibilitou também o financiamento de novos projetos para a área de dutos com a aprovação de propostas de financiamento integradas. No caso do LOOPGAS, esse processo de inovação de política de suporte do CTPETRO consolidou-se na encomenda de parte inicial de uma infraestrutura para testes de gás conforme descrito no seu objetivo para fomentar a trajetória tecnológica de futuro do país no segmento de transporte dutoviário de gás natural.

9. Em dezembro de 2006 a Diretoria Executiva da FINEP, no âmbito da Chamada Pública MCT/FINEP/CT-PETRO, “Temas estratégicos 01/2006”, conforme seu item 9.2.3 aprovou nove convênios propostos pelo CTDUT, conforme a seguir, tendo o CTDUT sido o Convenente e Ordenador de Despesas de todos:

I. FINEP 01.06.1016 (ADDDUT) – Ferramenta de detecção de pequenos vazamentos usando redes neurais artificiais e redes Markov – Executor: UFF – Universidade Federal Fluminense
II. FINEP 01.06.1037 (ARRASTE) – Estudos fundamentais e aplicados sobre redução de atrito em escoamentos – Executor: PUC-Rio – Faculdades Católicas;
III. FINEP 01.06.0992 (ERBF) – Desenvolvimento de tecnologia de extensômetros a rede de Bragg em fibra óptica para monitoramento de deformações e corrosão de longos trechos de dutos – Executor: PUC-Rio – Faculdades Católicas;
IV. FINEP 01.06.0998 (INSTALINER) – Instalação de Liner Polimérico para recuperação de dutos de transporte de hidrocarbonetos – Executor: UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro;
V. FINEP 01.06.1007 (SDVDUTOS2) – Desenvolvimento de sistema de detecção de vazamentos em dutovias via métodos estocásticos de monitoração em tempo-real – Executor: UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro;
VI. FINEP 01.06.0989 (SISGED) – Modelagem e Simulação de um sistema de georreferenciamento de dutos – Executor: IME – Instituto Militar de Engenharia – 23,87% desses recursos FINEP foram alocados na construção e equipamentos do circuito piloto de duto de petróleo e derivados;
VII. FINEP 01.06.1034 (TRANSVAL) – Simulação numérica e experimental do comportamento transiente de válvulas de alívio para dutos – Executor: PUC-Rio – Faculdades Católicas;
VIII. FINEP 01.06.1215 (LOOP12) – Projeto e construção de circuito piloto de duto de petróleo e derivados para ensaios e pesquisa – Executor: CTDUT
IX. FINEP 01.06.1214 (LOOPGAS) – Projeto e construção de um circuito piloto de duto (“loop”) de gás para ensaios e pesquisa – Executor: CTDUT

10. O objetivo era fomentar infraestruturas básicas para sustentar o desenvolvimento da área dutoviária como a construção de um circuito piloto de teste de 12” e 2,5 km de extensão, para simulações de operações com líquidos.

11. Os nove convênios FINEP do Edital “Temas estratégicos 01/2006” firmados com o Centro Tecnológico de Dutos – CTDUT são parte de um mesmo e único Projeto Estruturante.

12. Tal Projeto Estruturante é o próprio esteio do CTDUT e a base fundamental de seu lançamento, ajustada com a FINEP em período anterior a esses convênios, remontando a compromisso celebrado com a PUC-Rio, que permitiu a criação do CTDUT.

13. Os convênios, concluídos até 2014, são a consolidação bem-sucedida do projeto de longo prazo do qual fez parte a FINEP, PETROBRAS, as Universidades e toda a comunidade brasileira de dutos para dotar nosso país de uma instalação em escala real para testes em dutos de petróleo, gás e outros produtos, fundamental para sua autonomia tecnológica, sendo explícita e intrinsicamente interligados para a implementação de uma infraestrutura nacional relevante e inovadora, um Projeto Estruturante de forte interesse público, cujas metas globais foram finalmente alcanças, e com louvor.